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Depois que a humanidade se industrializou no século XVIII a temperatura do planeta vem aumentando – quanto mais poluímos, mais esquenta. Mas ao contrário do que muitos de nós aprendemos na escola, o Efeito Estufa não é sempre inimigo do planeta. Houve mesmo um tempo em acreditavam que o Efeito Estufa só existia em consequência do aumento da poluição pela emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs), mas não é bem assim. O efeito estufa sempre existiu, ele é o responsável por garantir a temperatura média do planeta a um nível que torna possível o desenvolvimento de vida, cerca de 15 º Celsius.
O que torna este processo nocivo é o acumulo. Toda forma de vida gera naturalmente a emissão de gases, quando a natureza precisa lidar apenas com estas emissões ela consegue restabelecer o equilíbrio e manter a temperatura da Terra a um nível adequado. Quando há muita emissão de gases, ela não consegue realizar os processos necessários e as consequências são variadas, além do aquecimento global, a corrosão da camada de ozônio, por exemplo.

A Camada de Ozônio é o resultado da filtragem dos raios ultravioletas (UV) pelas moléculas de oxigênio (O2). Estas moléculas estão localizadas na estratosfera, cerca de 50 km da superfície da Terra, e quando absorvem a luz emitida pelos raios UV se divide em átomos de oxigênio (O). São estes átomos que irão formar a camada de ozônio (O3).
Então, além de proteger a vida no planeta contra a forma mais alta da energia UV – a UV-C – ainda produz a camada que irá manter a temperatura do planeta a um nível que permite existir vida.
Quando descobriram que alguns gases de efeito estufa estavam danificando a camada de ozônio, descobriram também que não era apenas o gás carbônico (CO2) o único causador. Com isto, em Montreal, em 1985, vários países assinaram um acordo para proibir a produção de bens que emitissem estas substâncias destruidoras da camada de ozônio (SDOs). Veja quais são:


O Efeito Estufa é resultado do acúmulo de gases que, devido a estrutura da molécula, fazem o trabalho de absorver energia gerada pelos raios infravermelhos (IV). Esta reação química acontece na troposfera. Sem os raios IV seriamos um planeta muito frio com temperatura média negativa, porque os gases e o calor que eles produzem escapariam direto para o espaço.
- 50% da luz solar é absorvida pela superfície;
- 20% por gases, poeiras e nuvens;
- 30% são refletidos de volta para o espaço sem absorção;
Este processo vira um problema quando os gases presentes na atmosfera absorvem de forma intensa a radiação infravermelha e, portanto, geram mais calor. A diferença está no tipo de gás, ou seja, na composição da molécula – existem moléculas que não absorvem, as que absorvem um pouco e as que absorvem muito. Exemplos:

É provável que seja impossível parar por completo a emissão de todos os gases nocivos ao equilíbrio do clima, mas emitir em uma proporção inferior a capacidade de adequação do meio ambiente é fundamental.
O estudo A safe operating space for humanity (“Um espaço operacional seguro para a humanidade”, 2009) sugere nove áreas para as quais devem ser estabelecidos limites para que não gerem mudanças ambientais inaceitáveis:

- mudanças climáticas;
- taxa de perda da biodiversidade (terrestre e marinha);
- interferência nos ciclos de nitrogênio e fósforo;
- depleção de ozônio estratosférico;
- acidificação do oceano;
- uso global de água doce;
- mudanças no uso da terra;
- poluição química;
- e carga atmosférica em aerossol
A própria natureza se encarrega de restabelecer os danos causados à camada de ozônio através de sumidouros naturais, como florestas e algumas espécies aquáticas que capturam gases poluentes.
O principal significado desta habilidade da natureza provavelmente é a afirmação de que o meio ambiente tem capacidades ainda não descobertas de regeneração ou de adequação a novas condições. Apesar de fornecer meios para nossa existência, não somos nós que a dominamos. Ela não depende dos humanos. Devemos considerar que em meio as adequações que ela fazer para se recuperar ela pode extinguir de uma ou outra espécie que desequilibram o meio.
FONTES CONSULTADAS:
BRASIL. Decreto nº 99.280, de 06 de junho de 1990. Promulgação da Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio e do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D99280.htm
MMA. Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs. Disponível em: http://www.protocolodemontreal.org.br/
IPCC. Landmark United in Science report informs Climate Action Summit. Disponível em: https://www.ipcc.ch/2019/09/22/united-in-science-report-climate-summit/. Acessado 30/10/19.
PELEGRINI, Maria; ARAUJO, Wilson R. B. de. Efeito Estufa e Camada de Ozônio sob a Perspectiva da Interação Radiação-Matéria e uma Abordagem dos Acordos Internacionais sobre o Clima. In: Revista Química na Nova Escola. Vol. 40, nº2, p. 72-78. São Paulo: PubliSBQ, 2018. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc40_2/03-QS-16-17.pdf.