De Severn Suzuki à Greta Thunberg

Severn Suzuki e Greta Thunberg, as jovens que falam das preocupações com o meio ambiente enquanto ainda estavam representando as futuras gerações.

Tem um tempo que não sou associada ao meio ambiente como uma ativista ou algo parecido. Isto porque tem algum tempo que não tento mudar o mundo com o discurso. Sou da geração Rio92. Lembro perfeitamente de acompanhar a conferência pelo telejornal e do discuso da menina Severn Suzuki, a Greta Thunberg da época. Eu tinha a mesma idade que ela e fui acometida por uma empatia profunda. Sou desta geração que cresceu aprendendo a separar o lixo em uma cidade que já foi referência neste quesito – Curitiba-PR-BR.

Assim como eu muitos da minha geração cresceram com orientações introdutórias em educação ambiental. Nos preocupávamos com os bichinhos que morriam nas florestas e as outras crianças que morriam de fome ou por doenças causadas por práticas depredatórias. Hoje, estamos muito mais envolvidos com o ultimo modelo de celular que podemos comprar.

Será que falharam na nossa educação? Creio que não. Apenas temos prioridades diferentes das que nos ensinaram. Vemos o mundo sob a perspectiva do desenvolvimento tecnológico. Criamos este novo mundo com base nos ensinamentos da infância e da realidade que nos foi informada. Em algum momento nos fizeram acreditar que a tecnologia da NASA salvaria o mundo da nossa destruição e nos inspiramos a construir nuvens para estender nossas memórias.

Estamos aos poucos substituindo o papel pelas telas. Não temos a mesma preocupação sobre a falta de alimentos como nossos pais, porque criamos inovações que nos fazem pensar que vivemos em comunidade e no desenvolvimento. Nem mesmo o dinheiro é unicamente de papel. Podemos comprar coisas do outro lado do mundo sem nem mesmo colocar a mão no bolso.

Definitivamente evoluímos. Sem dúvida, ainda existem muitos que não tiveram capacidade de acompanhar o caminhar da humanidade. A prova disso é que temos resquícios de uma compreensão distorcida sobre nossa relação com o meio. Ainda poluímos, e muito todas as coisas com as quais temos contato. Mas graças a empatia que nos foi ensinada, conseguimos sentir melhor o sofrimentos dos outros.

Rio 92, Brasil, 1992.
COP 24, Polônia, 2018.
Giselle Piragis Zogaib

Giselle Piragis Zogaib